João cansou do estresse no trânsito e adotou de vez o monociclo

Por: CGNews/Redação

João gosta de circular pela cidade no monociclo tomando tereré e ouvindo música (Foto: Arquivo pessoal)

Para fugir do estresse do trânsito e transformar até as pequenas correrias do dia a dia em momentos de descontração, o servidor público João Carlos Lopes da Silva, de 26 anos, decidiu trocar os meios de locomoção tradicionais e circular entre os carros das principais avenidas da cidade a bordo de um veículo de uma única roda.

Podendo atingir até 60 quilômetros por hora, para João, mais do que apenas um meio de locomoção ou um hobby, o monociclo se tornou um “estilo de vida”. Ele relata que, ao aderir ao veículo, começou a experimentar as coisas de uma maneira diferente, além de ter mais energia no dia a dia e sentir-se mais motivado a ser ativo.

“Me fez querer viver mais. Hoje, minha prioridade é a qualidade de vida, então sou uma pessoa muito ativa, estou sempre praticando esportes. Todo domingo vou até o parque de monociclo, rodo um pouco lá, saio para correr, pego o monociclo, coloco um som, faço um tereré e atravesso a Afonso Pena escutando música”, compartilha.

O servidor público comenta que também passou a enxergar a mobilidade como algo além de “sair de um lugar e ir para outro” e percebeu que poderia transformar o monociclo em mais do que apenas lazer, tornando-o seu principal meio de locomoção.

“Ele é muito prático no dia a dia, seja para ir ao mercado, resolver algo rápido ou cortar o cabelo. Isso me proporciona uma experiência diferente, consigo vivenciar esses trajetos de uma maneira nova. Acabou mudando bastante coisa na minha rotina e no meu estilo de vida. Percebi que se tornou uma experiência muito boa, que vale muito a pena no dia a dia”, diz.

Em relação ao investimento, o monociclo custou R$ 12 mil, mas João explica que o modelo mais barato custa a partir de R$ 7 mil. Já a manutenção gira em torno de R$ 300 e precisa ser feita a cada 10 mil quilômetros rodados. O pneu também precisa ser trocado a cada 5 mil quilômetros e custa R$ 250.

“Quando eu usava moto no meu dia a dia, gastava uns 100, 120 reais de gasolina por mês, além da troca de óleo a cada mil quilômetros e do pneu, que custava em torno de R$ 200. Hoje eu tenho carro, mas só uso para situações específicas, então meu custo com transporte é praticamente nulo”, revela.

Um dos principais desafios, no entanto, é o trânsito. Se, a bordo de veículos convencionais, já é necessário cautela, em um de apenas uma roda o cuidado precisa ser redobrado. Mas isso, João garante que tira de letra, e o segredo é não ter pressa, principalmente porque, a bordo do monociclo, ele está em desvantagem em relação aos outros veículos.

“Se estou em uma rua tranquila, sigo junto com os carros, mas se estou em uma via rápida e não me sinto seguro, vou para a ciclovia ou procuro uma calçada e sigo tranquilo. Não tenho pressa, esse é o ponto. Prefiro chegar com calma e ir sem estresse”.

Ao circular pela cidade, João diz que as reações mais frequentes são de curiosidade e que, até o momento, não passou por nenhuma situação constrangedora. “Se eu passo ao lado de um carro a 50 km/h, não dá para ver o monociclo, e muitas vezes isso faz com que as pessoas fiquem curiosas, reduzam a velocidade ou até abram espaço, porque acham que eu possa cair ou que não vá conseguir parar”.

João adotou o monociclo como meio de locomoção no final de 2021. Naquela época, ele já havia percebido que utilizava muito pouco a motocicleta para se locomover, preferindo optar pela bicicleta. Foi então que decidiu pesquisar sobre meios de transporte elétricos e descobriu a existência do monociclo.

Na época, o servidor público vendeu a moto que tinha e, por um tempo, o monociclo foi realmente seu único meio de locomoção para trabalhar, ir ao mercado e realizar outras atividades cotidianas. Em um ano, ele rodou 14 mil quilômetros e chegou até a fazer entregas de comida utilizando o veículo de uma roda só.

Atualmente, João conta que adquiriu um carro, pois sentiu a necessidade de ter outro meio de locomoção para emergências ou dias chuvosos, por exemplo. No entanto, o monociclo continua sendo seu principal meio de transporte. “Eu tenho o carro, mas utilizo pouco. De maneira geral, uso o monociclo para tudo que for possível”.

Sobre o percurso, João comenta que com o monociclo consegue evitar o estresse do trânsito e fazer os trajetos em um tempo mais curto do que faria de carro, por exemplo, mas que para ele a aquisição é mais uma “experiência” do que uma vantagem.

“Eu faço o trajeto me divertindo muito mais e aproveitando muito mais o percurso [do que faria se fosse de carro]. Sempre ando escutando música e vendo as pessoas, as coisas e tudo mais. Sei como é ter carro, como é ter moto e como é ter um monociclo, e nesse sentido, eu entendo que na prática realmente a vantagem é a experiência, é muito mais legal ir de monociclo”, expressa.

Sobre o veículo, João explica que é 100% elétrico e funciona como um giroscópio. O modelo que ele comprou tem um motor de 3.500 watts, e o giroscópio faz ele permanecer em pé e todo o sistema de condução do monociclo é magnético. “Da maneira como eu mexo meu corpo, ele acelera, ele freia, ele faz boa parte do trabalho sozinho”.

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