“Graças a Deus!”: pais comemoram aulas e alunos encaram rotina sem celular

Por: CGNews/Redação

Na frente da escola, o cartaz é o lembrete da nova restrição em sala de aula (Foto: Henrique Kawaminami)

“Graças a Deus, tomara que tenha aula o dia inteiro!”, brincou a secretária Marimar Barbosa, 27 anos, ao deixar o filho, Cristofer, 11 anos, no primeiro dia de aula, na Escola Estadual Frederico Liebermann, no Bairro Monte Castelo, onde o garoto passou ao sistema integral. Hoje, vai ser colocada à prova a restrição do uso de celulares, trabalho de conscientização que começou há duas semanas.

Hoje, 180 mil alunos da rede estadual voltam às aulas, número que deve chegar a 190 mil a partir de março, com oficialização das matrículas para o período.

Marimar e o marido, Edson, chegaram às 6h30, ansiosos para o início das aulas. Cristofer faz parte do grupo de 380 alunos que faz parte do sistema integral de ensino, aplicado aos estudantes do quarto ao último ano.

“É um alívio poder voltar à rotina, é expectativa muito boa”, disse a secretária, explicando que o casal trabalha o dia inteiro e deixar o filho na escola os deixa mais tranquilos. Sobre o celular, não gostou muito da novidade, mas, por ser para segurança e aprendizado do filho, diz que “vai dar chance”.

Quem também estava ansioso era técnico de enfermagem Dinimax Albuquerque, que levou as duas filhas, Sofia, 13 anos e Samara, 11 anos. Eles moram no Jardim Los Angeles e ele fala que optou por essa escola por acreditar que é investimento no ensino integral. “É difícil ter a filha longe das asas, fico com coração apertado, mas, estou animado”.

Entre os alunos, o sentimento era igual. Clarice Castello Diniz, 16 anos, diz que estava com “expectativa alta”, encarando o último ano do ensino médio e focando em estudar para garantir vaga no curso de Medicina Veterinária. Sobre o celular, achou a novidade “um pouquinho ruim”, mas vai se acostumar com o tempo.

Maria Luísa de Araújo, também com 16 anos, também acha que vai ser difícil passar tanto tempo sem celular. “Mas vai ter que se adaptar, não tem jeito”, disse. A adolescente se diz ansiosa e que irá se preparar parar cursar Pedagogia futuramente.

Hoje, na porta da escola, equipe da ronda escolar de trânsito auxiliava na movimentação dos veículos. A recepção dos alunos também já incluía, de cara, o trabalho de conscientização para restringir o uso do celular: um panfleto pedia que os estudantes se desconectem e “conheçam um novo mundo”. Na lista, que eles organizem nova rotina, leia livros, pratique esportes, brinque e aproveite o intervalo do almoço para descansar.

Marimar e Edson levaram o filho e se dizem mais tranquilos enquanto trabalham (Foto: Henrique Kawaminami)

Para que o “desmame” seja feito, a diretora escolar Ana Eliza Spazzapan, disse que foram encaminhadas mensagens aos pais, através de grupo de WhatsApp, pedindo que eles não deixem os alunos levarem o celular para escola, somente em caso de última necessidade, como alunos com algum tipo de deficiência e que precise de atenção maior.

Ana Eliza diz que os professores e funcionários também receberam orientações. “Pedimos apoio e muita paciência, cautela na hora de abordar o estudante, porque nos sabemos que algum terão dependência emocional pelo aparelho”, conta a diretora. “Estamos fazendo esse trabalho para tentar diminuir ao máximo os traumas que podem vir a causar”.

Cada estudante vai receber um armário para que eles possam guardar o celular e o professor ficará responsável pela fiscalização. Quem insistir em usar o aparelho, vai ser encaminhado à coordenação e os pais serão acionados para novo trabalho de orientação. Se houver reincidência, segundo a diretora, podem ser aplicadas sanções previstas no regimento, como advertência. “Mas acredito que isso não vai ser preciso”.

Armário que será disponibilizado para cada aluno (Foto: Henrique Kawaminami).

Related posts

Acolhe Saúde 2025: programação traz experiências e estratégias para os desafios do SUS em MS

Prova de matemática levou meninos de Mato Grosso do Sul à Tailândia

Arauco paga R$ 1 milhão em compensação por alojamento de R$ 242 milhões