Por: Folha MS/Redação
As investigações revelaram um esquema fraudulento na extração de terra utilizada na obra. Em total desacordo com o projeto executivo e o orçamento da licitação, a empresa responsável optou por escavar e retirar terra de uma jazida irregular em uma propriedade privada próxima ao local da obra. Imagens de satélite comprovam o volume expressivo de terra extraído ilegalmente, estimando-se cerca de 14.300 m³.
A escolha por essa jazida irregular gerou um superfaturamento de, pelo menos, R$ 728.544,65 no contrato. A empresa não apenas cobrava pela terra extraída irregularmente, como também incluía no orçamento o transporte do material, como se estivesse sendo retirado da jazida regular, localizada a mais de 20 km de distância.
Ao longo da execução do contrato, a empresa solicitou diversos aditamentos, elevando o valor total para mais de 5 milhões de reais. Apesar do montante elevado, a obra ainda não foi concluída. Durante as diligências realizadas pela equipe policial, não foi constatada nenhuma atividade em andamento no local.
Para aprofundar as investigações, medidas cautelares foram solicitadas e deferidas pela justiça, direcionadas à empresa investigada e seus sócios. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Campo Grande, buscando elementos de prova que contribuam para o esclarecimento dos fatos.
O foco principal da operação se concentra na análise das circunstâncias da contratação da empresa pela Prefeitura Municipal de Bataguassu, buscando identificar possíveis irregularidades cometidas por servidores públicos durante o processo.
Além das buscas, foram bloqueados mais de R$ 1 milhão nas contas bancárias dos investigados e impostas restrições em cerca de 20 veículos da empresa e seus representantes, visando evitar a dilapidação do patrimônio.