Por: CGNews/Redação
Lançado no final de janeiro de 2025, o livro “Estudo Arquitetônico e Histórico-Cultural de Estações Ferroviárias da Linha Tronco e do Ramal Ponta Porã da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (EFNOB)”, volume 2, traz um registro detalhado da trajetória e do impacto das estações ferroviárias no desenvolvimento do Estado, trazendo uma visão profunda do passado ferroviário e sua influência na história e cultura local.
O livro é de autoria dos arquitetos Joelma Arguelho e Bruno Ferreira, e dá continuidade ao primeiro volume, de mesmo título, publicado em dezembro de 2022, e fala sobre a relevância dos estudos acerca do patrimônio cultural sul-mato-grossense, tendo como objeto de estudo a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil . A segunda edição traz dados sobre as estações do trecho da linha-tronco entre os municípios de Campo Grande e Corumbá.
Joelma ainda ressalta que a obra é de grande importância para os órgãos de preservação municipal, estadual e federal, pois contribui para a melhoria das estratégias de conservação e manutenção das estações, considerando que muitas dessas edificações enfrentam desafios de preservação.
“A obra destaca os valores históricos, arquitetônicos, sociais e afetivos das estações ferroviárias e demonstra a importância dessas edificações no contexto cultural sul-mato-grossense. O livro não apenas documenta a história das estações, mas também atua como um importante recurso para a valorização e preservação do patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul, promovendo uma compreensão da nossa herança cultural”, destaca Joelma.
O trabalho foi desenvolvido em 12 meses, incluindo os processos de pesquisa histórica, referentes ao processo de implantação da ferrovia no estado de Mato Grosso do Sul, e informações como o ano de construção, construtor, uso inicial e atual, técnicas construtivas e características arquitetônicas, o estado de conservação e preservação e finaliza com um descritivo das principais estações vistoriadas.
Os arquivos utilizados para o livro foram retirados de acervos institucionais e de bibliografia. Além disso, também foram feitas consultas com vários arquitetos para levantamento in loco e levantamento em programas de arquitetura e modelagem 3D. Por fim, os pesquisadores trabalharam a captação de fotos, incluindo auxílio de drone para imagens aéreas.
Joelma explica que a proposta da obra é compreender o significado do lugar atual e ao longo do tempo, além de conhecer as alterações que essas estações sofreram e os valores pelos quais foram reconhecidas como patrimônio cultural, e ao mesmo tempo relacionar as características da edificação e dos seus usos e ressignificação na atualidade.
O arquiteto Bruno Ferreira destaca ainda que cada estação tem a sua particularidade arquitetônica, e que durante os estudos foi constatado que umas estão em melhor estado de conservação que outras. Sobre a arquitetura dos locais estudados, Bruno destaca que existem algumas que conservam características centenárias, que permitem identificar os períodos em que elas foram construídas.
Ele revela que algumas são utilizadas até os dias atuais para atividades formais, enquanto outras estão abandonadas e depredadas. A partir disso, o intuito do estudo é também colocar “uma lupa” em cima desses locais, para que sejam restaurados e voltem a ser ocupados, tanto por órgãos públicos quanto pela população com atividades culturais.
“A importância desse trabalho é mostrar que esse patrimônio é um patrimônio vivo, ele pode estar com um estado de conservação que não é o desejável, mas tem história. São histórias que marcam e a gente sabe que contar um pedaço da dela faz com que ela venha à tona. A nossa intenção é essa, a gente quer que as pessoas possam ter essa oportunidade de vivenciar, olhar para as fotos que a gente tirou, se devanear, se deliciar, até ficar revoltado”, destaca Bruno.