Por: CGNews/Redação
Produtoras de laranja têm sido uma importante fonte de emprego e desenvolvimento econômico para Mato Grosso do Sul, ganhando cada vez mais espaço desde o ano passado. Já são 11 municípios abrigando empreendimentos do setor de citricultura, somando cerca de 30 mil hectares.
Em entrevista ao Campo Grande News, o secretário da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, disse que um dos planos é contratar mão de obra indígena, que já atua na colheita de maçã.
“O volume fixo e a mão de obra volante que vai colher essa laranja no período de maio a janeiro, são números que a gente não tinha previsão no Estado em termos de geração de mão de obra. Provavelmente, boa parte dessa mão de obra vai vir de fora e a gente pretende também fazer uma negociação para aquela mão de obra indígena que vai para o Sul do País para a colheita da maçã e da poda da maçã, passa a ser utilizado na colheita de laranja no Estado de Mato Grosso do Sul, gerando oportunidade de trabalho para essas pessoas”, pontuou.
O processo de instalação de novos empresas já está iniciado em Campo Grande, Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Paranaíba, Cassilândia, Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Brasilândia, Bataguassu, Naviraí, e Dois Irmãos do Buriti.
“Esses são os municípios que nós já temos empresários contactados e que já iniciam o seu processo de instalação no Estado […] Alguns já plantando, como é o caso de Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Paranaíba, Bataguassu”, explicou.
Ainda de acordo com Verruck, qualquer município está apto a ter plantação, pois depende de irrigação, mas a região sul poderia ter mais problemas, por conta das geadas.
“As áreas do sul do Estado poderiam ter problema da questão de geada. Então, fica somente o sul do Estado fora, onde teria algum risco de geada. Fora isso, a condição do solo irrigado, não é nenhum limitante para Mato Grosso do Sul”, completou.
Para produzir são necessários três anos, depois, com cinco anos, começa a estabilizar. Para instalar uma indústria em Mato Grosso do Sul, seria necessário, no mínimo, 32 milhões de caixas de laranja.
Para exemplificar os empregos gerados, Verruck coloca um projeto de mil hectares, que vai exigir um investimento de R$ 100 milhões, fora a terra. Diretamente, serão gerados para o plantio 100 empregos durante a colheita. Depois de 300 a 400 pessoas.
Referência – Conforme explica o secretário, com a doença do greening em São Paulo, Mato Grosso do Sul viu uma oportunidade para atrair os laranjais. Com isso, O Estado criou uma legislação rígida, com ‘tolerância zero’ à doença.
A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), inclusive, emitiu um alerta aos produtores rurais e a população geral sobre o perigo da compra de mudas irregulares.
“Caso ele identifique um pé de laranja com grenning, deve ser cortado imediatamente. Os outros estados tomaram uma decisão de aplicação de defensivos pra manutenção, nós vamos ter tolerância zero ao grenning, um controle sanitário bastante efetivo e uma captação de investimentos”, disse.
Além disso, Mato Grosso do Sul enfrenta dois desafios: a outorga de água e energia elétrica para utilizar o pivô. “Hoje nós temos algumas dezenas de projetos de laranjas que precisam do fornecimento de energia elétrica. O desafio de curto prazo ainda não é o logístico, é a energia elétrica e a outorga de água, e depois, obviamente, qualificação de mão de obra, habitação para essa mão de obra”, finalizou.